Especialista explica que muito mais que oferecer produtos e serviços, a marca deve demonstrar o propósito da empresa
Ao desenhar e definir as estratégias do negócio, o empreendedor precisa incluir a gestão de todas suas marcas. A estratégia deve promover a marca para garantir destaques importantes, seja no atendimento presencial, no digital, nos serviços prestados ou nos produtos oferecidos.
Segundo Ricardo Monteiro, sócio da DMK Group, empresa especializada em branding e também em propriedade intelectual (Registros de Marcas e Patentes) a marca precisa identificar e ser coerente com o que vai trabalhar, vender ou operar, pois irá ajudar a organização a se comunicar com seus potenciais clientes e auxiliando como seu público a enxerga.
Na opinião do especialista, muito mais que oferecer produtos e serviços, no momento de criação do negócio o empreendedor deve ter em mente o propósito de abrir aquela organização. “O propósito está muito ligado ao slogan da marca, mas não literalmente”, reflete.
Ele cita como exemplo o propósito da Walt Disney Company, que tem por objetivo levar magia para as vidas das pessoas. “No propósito dela, não está a simples oferta do ingresso para um filme ou um parque de diversão, mas sim o que ela deseja transmitir com seus produtos e serviços”.
Monteiro afirma que o propósito busca os princípios do negócio. “Caso você não tenha isso bem definido, converse com seus colaboradores, parceiros e clientes. Busque entender o porquê eles acreditam na sua marca ou no seu negócio”, ensina.
Outro aspecto importante considerado por Monteiro para a gestão da marca é a promessa, que nada mais é do que a empresa faz na prática com sua marca e como trabalha no mercado. “Ao vender produtos e oferecer serviços, a organização, na realidade, se compromete a fazer com que seu propósito se concretize de fato”, pontua.
Philip Kotler, um dos grandes mestres do Marketing, afirmava que o posicionamento é o ato de criar uma oferta e/ou imagem que define o espaço de um mercado que a marca irá ocupar e como será percebida pelos clientes e consumidores.
Já os atributos são características e valores que ditam a forma como a empresa se comunica e como a sua equipe trabalha. “Há alguns anos, ficou muito marcado como a comunicação de suporte da Netflix dialogava com seus usuários, com conversas características de séries e filmes, proporcionando um suporte muito mais amigável e engraçado, deixando o ‘problema’ em segundo lugar”, exemplifica.
Segundo Monteiro, os atributos acabam se tornando a personalidade da marca, literalmente transformando-a em uma persona. “Os atributos podem ficar bem claros na sua comunicação, como sua marca se comporta no mercado: se mais amigável, séria, engraçada e extrovertida. Além de ajudar seus consumidores, contribui também para a percepção de novos colaboradores sobre como eles podem trabalhar”, avalia.
Na opinião de Monteiro, é preciso pensar em objetivos de curto e longo prazos e o valor que a empresa ou marca entregam com o produto ou serviço. “É a partir deste momento que você inicia seu posicionamento”, atesta.
O sócio da DMK cita o famoso exemplo de posicionamento da Uber, que ao iniciar suas atividades, tinha como foco a inovação e mudar o jeito e modo de como as pessoas utilizavam meios de transporte. “Eles tinham sua comunicação, posicionamento e todos os atributos focados em mostrar como essa nova opção de transporte é ligada à modernidade e inovação, enquanto as demais estavam ultrapassadas”, relata.
Reposicionamento
Passados alguns anos de operação, o empreendedor poderá começar a pensar em promover um “reposicionamento” da marca, como forma de rejuvenescê-la. Entretanto, Ricardo Monteiro ressalta que, apesar de reposicionar a marca, toda sua essência e objetivos continuam os mesmos. “Ao decidir reposicionar sua marca, analise seu planejamento, vendas, público-alvo e os benefícios a oferecer aos clientes. Reposicionamento de marca significa praticamente rever tudo e entender como seus consumidores pensam na atualidade”, alerta.
Monteiro adverte para a importância de analisar e ponderar todas as variáveis em um processo de reposicionamento de marca porque, se consumidor não notar a mudança, pode gerar um problema muito maior, com inúmeros prejuízos. “Para evitar esses problemas, busque criar estratégias de campanhas para todos, mas principalmente para quem já é cliente. Comunique de forma clara e sem complicações. Organize suas campanhas pelas redes sociais, comunicados oficiais, blog, site oficial e e-mail marketing que uma novidade está por vir. Gere expectativa na sua audiência”, ensina.
O especialista afirma que o reposicionamento de marca pode, por vezes, ser um processo longo e que passará por diversos ajustes finos. “Estude com calma e busque as melhores estratégias para o seu negócio”, finaliza.